Projeto Panoptes

Irregularidades relacionadas às políticas de crédito rural e seguro rural (Proagro) ocorrem há várias décadas. Auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) apontam para fragilidades na gestão de risco de ambas. Apesar de reconhecerem a necessidade de automação do monitoramento das operações de crédito rural, o Banco Central do Brasil e diversas outras instituições encontram barreiras históricas para a sua operacionalização.

A situação em 2023 era de considerável descompasso entre a tecnologia à disposição e a precariedade das tecnologias de fato utilizadas pelos órgãos responsáveis pela fiscalização do crédito. Nesse cenário, o Grupo de Pesquisa em Geotecnologias do Programa de Pós-Graduação e Pesquisas do Instituto Serzedello Corrêa (ISC) propôs em 2023 o projeto Panoptes, considerando:

  1. A relevância da política de crédito rural para economia e sociedade;

  2. A escala dos recursos públicos investidos anualmente;

  3. Os riscos de desvios nas operações de crédito e Proagro;

  4. Os riscos de utilização dos recursos para atividades ilícitas;

  5. Os riscos de desconsiderar os impeditivos sociais e ambientais, gerando externalidades negativas;

  6. Os riscos reputacionais ao sistema financeiro e ao Brasil; e

  7. O histórico hiato entre a tecnologia à disposição e a tecnologia efetivamente em uso pelos órgãos de fiscalização e de polícia.

Participaram do Panoptes instituições financeiras, cooperativas de crédito, universidades públicas, órgãos públicos de fiscalização e polícia, institutos públicos de pesquisa e organizações da sociedade civil. O projeto contou com o envolvimento e colaboração de mais de 120 pessoas.