2.1. Introdução
O Projeto Jupyter fornece diversas ferramentas para que os usuários utilizem um ambiente de computação científica de maneira interativa. Uma das ferramentas desse ecossistema é o terminal IPython [16], que fornece um terminal interativo com mais recursos do que o terminal padrão do Python. Esse terminal é capaz de destacar símbolos da linguagem Python, possui recursos avançados de auto-completar (tab completion), que inclui introspecção do objeto em questão para determinar atributos e métodos, manutenção do histórico de comandos, capacidade de execução de comandos do sistema operacional integrados com a linguagem, além de forte suporte para visualização interativa e computação distribuída e paralela. A Figura 2.1 mostra esse terminal realçando identificadores, palavras-chave e literais, de acordo com a sintaxe da linguagem Python, além do recurso de auto-completar. O IPython numera os comandos de entrada (In[n]
) e os resultados produzidos (Out[n]
) fornecendo um mecanismo de histórico bem sofisticado, com possibilidade de acesso aos comandos através da navegação das setas direcionais do teclado, entre outras facilidades.
Outras duas ferramentas bem conhecidas desse ecossistema, o Jupyter Notebook [17] e o Jupyter Lab [18], são aplicações web que permitem a criação, no navegador, de documentos que podem misturar elementos de código e textos descritivos formatados em Markdown, além de textos em HTML ou LaTeX. Esses documentos, chamados de Notebook [19], são documentos texto, no formato JSON e adotam a extensão .ipynb
. A Figura 2.2 apresenta um exemplo de notebook criado através do aplicativo JupyterLab.
As três aplicações mencionadas anteriormente - o terminal do IPython, o Jupyter Notebook e o Jupyter Lab, são consideradas front-ends do Kernel IPython. O kernel é um processo separado responsável por executar de fato o código provido pelo usuário nessas aplicações. Essa arquitetura, mostrada na Figura 2.3, permite que os ambientes clientes possam ser usados com diferentes tipos de kernel, como o IRkernel para R ou o IJulia para a linguagem Julia, bem como ter diferentes clientes para um mesmo kernel.
Uma vez que você tenha o IPython instalado no seu ambiente Python, para inicializar o terminal IPython, abra o shell de comandos do seu sistema operacional (ou no prompt da Anaconda no Windows) e digite o seguinte comando:
ipython
Uma sessão como a mostrada na Figura 2.4 será apresentada.
Se você tiver o Jupter Notebook instalado no seu ambiente Python, é possível inicializá-lo a partir do shell de comandos do seu sistema operacional (ou no prompt da Anaconda no Windows) através do seguinte comando:
jupyter notebook
A janela do seu navegador irá apresentar uma aplicação como a mostrada na Figura 2.5.
Nota
É possível indicar qual a pasta que o seu ambiente Jupyter Notebook deva acessar. Para isso, use a opção --notebook-dir
como indicado abaixo:
jupyter notebook --notebook-dir=/home/gribeiro
Se você tiver o JupyterLab instalado no seu ambiente Python, é possível inicializá-lo a partir do shell de comandos do seu sistema operacional (ou no prompt da Anaconda no Windows) através do seguinte comando:
jupyter lab
A janela do seu navegador irá apresentar uma aplicação como a mostrada na Figura 2.6.
Nota
É possível indicar qual a pasta que o seu ambiente JupyterLab deva acessar. Para isso, use a opção --notebook-dir
como indicado abaixo:
jupyter lab --notebook-dir=/home/gribeiro
Nota Histórica
O IPython foi inicialmente criado por Fernando Pérez [20], como uma forma de suprir a necessidade dos cientistas de realizarem rapidamente a exploração de algoritmos, análise e visualização de dados, atividades importantes na rotina diária do trabalho científico. Atualmente, esse projeto é abrigado por uma iniciativa maior, o projeto Jupyter.